
Armas ocidentais fornecidas pela chamada oposição moderada na
Síria, acaba nas mãos de militantes do grupo terrorista Estado islâmico
no Iraque, disse o canal de televisão BBC, se referindo a declarações do
grupo de pesquisa britânico Pesquisa de Armamentos em Conflitos (CAR –
sigla em Inglês).
"Até agora, a comunidade internacional estava cega e não notou o fato de que as armas são redirecionadas para as regiões abrangidas pelo conflito", disse o representante do CAR, James Bevan. Membros do grupo CAR estão trabalhando nos bairros recém-resgatados do Estado islâmico e recolhendo fotos e vídeos, diz a emissora BBC.
"Até agora, a comunidade internacional estava cega e não notou o fato de que as armas são redirecionadas para as regiões abrangidas pelo conflito", disse o representante do CAR, James Bevan. Membros do grupo CAR estão trabalhando nos bairros recém-resgatados do Estado islâmico e recolhendo fotos e vídeos, diz a emissora BBC.
Junto com sua pequena equipe, Bevan esteve na cidade iraquiana de
Karakosh, perto de Mossul, recentemente libertada dos militantes.
Durante a inspeção a uma das casas foram encontradas caixas de munições
vazias. As caixas, por regra, têm números de série e números de lote,
que permitem identificar a origem das armas.
A cidade de Karakosh é predominantemente cristã. Uma das igrejas,
profanada pelos militantes, foi usada como paiol e fábrica de produção
de armas. No chão havia peças para a produção de foguetes e perto de uma
bacia com produtos químicos — instruções manuscritas para o fabrico de
explosivos. No edifício da igreja os membros do CAR também encontraram
sacos com produtos químicos industriais que são vendidos apenas no
mercado interno da Turquia. "As redes de compras deles atingem o sul da
Turquia, e provavelmente eles têm uma relação muito forte com alguns dos
grandes fornecedores", disse Bevan. Às vezes CAR obtinham provas de que
de três a cinco mil sacos com produtos químicos tinham o mesmo número
de lote. Isto significa que alguém comprou de uma vez metade da produção
dessa fábrica.
A equipe de pesquisa concluiu que na fase inicial do conflito a
maioria das armas era capturada pelos militantes do Estado islâmico nos
campos de batalha do Iraque e Síria, mas desde o final de 2015 a equipe
começou a rastrear outra fonte importante. Os números dos lotes levaram a
fábricas de armas na Europa Oriental. De lá, as armas eram vendidas
legalmente aos governos dos EUA e da Arábia Saudita e, em seguida, eram
transportadas através da Turquia para a Síria, esclareceu o grupo.
Os pesquisadores foram surpreendidos pela velocidade com que as armas chegavam às mãos do Estado islâmico — algumas vezes ocorriam apenas dois meses desde a data de fabricação.
Os pesquisadores foram surpreendidos pela velocidade com que as armas chegavam às mãos do Estado islâmico — algumas vezes ocorriam apenas dois meses desde a data de fabricação.
Em setembro, o jornalista alemão Jurgen Todenhofer, autor de uma
entrevista controversa com o líder da organização terrorista Frente
Fatah al-Sham (Frente al-Nusra), acusou os EUA do fornecimento de armas e
apoio aos radicais islâmicos. "É absolutamente claro que os americanos
estão cientes de que, no final, sua ajuda militar chega aos
terroristas", disse Todenhofer em uma entrevista ao RT.
Mais tarde, o chanceler russo, Sergei Lavrov, assinalou a possível
relação dos EUA com grupos terroristas. Em uma entrevista à BBC World,
ele admitiu que Washington pretenda utilizar os terroristas dentro do
plano para derrubar o presidente sírio, Bashar Assad.
Por sua vez, o Departamento de Estado dos EUA, o Pentágono e outras
estruturas apresentaram repetidamente seus desmentidos, declarando que
eles nunca forneceram qualquer ajuda aos terroristas.
Fonte: Sputnik